summaryrefslogtreecommitdiffstats
path: root/tde-i18n-pt/docs/kdeedu/kstars/blackbody.docbook
diff options
context:
space:
mode:
Diffstat (limited to 'tde-i18n-pt/docs/kdeedu/kstars/blackbody.docbook')
-rw-r--r--tde-i18n-pt/docs/kdeedu/kstars/blackbody.docbook124
1 files changed, 124 insertions, 0 deletions
diff --git a/tde-i18n-pt/docs/kdeedu/kstars/blackbody.docbook b/tde-i18n-pt/docs/kdeedu/kstars/blackbody.docbook
new file mode 100644
index 00000000000..6b23ee816c3
--- /dev/null
+++ b/tde-i18n-pt/docs/kdeedu/kstars/blackbody.docbook
@@ -0,0 +1,124 @@
+<sect1 id="ai-blackbody">
+
+<sect1info>
+
+<author
+><firstname
+>Jasem</firstname
+> <surname
+>Mutlaq</surname
+> <affiliation
+><address>
+</address
+></affiliation>
+</author>
+</sect1info>
+
+<title
+>Radiação dos Corpos Negros</title>
+<indexterm
+><primary
+>Radiação dos Corpos Negros</primary>
+<seealso
+>Cores e Temperaturas das Estrelas</seealso>
+</indexterm>
+
+<para
+>Um <firstterm
+>corpo negro</firstterm
+> refere-se a um objecto opaco que emite <firstterm
+>radiação térmica</firstterm
+>. Um corpo negro perfeito é um que absorve toda a luz recebida e não reflecte nenhuma. À temperatura ambiente, um desses objectos iria aparecer perfeitamente preto (daí o termo <emphasis
+>corpo negro</emphasis
+>). Contudo, se for aquecido a uma alta temperatura, um corpo negro irá começar a brilhar com <firstterm
+>radiação térmica</firstterm
+>. </para>
+
+<para
+>De facto, todos os objectos emitem radiação térmica (desde que a sua temperatura esteja acima do Zero Absoluto, ou seja, -273,15 graus Celsius), mas nenhum objecto emite radiação térmica perfeitamente; em vez disso, são melhores a emitir/absorver alguns comprimentos de onda de luz do que outros. Essas eficiências desequilibradas tornam difícil o estudo da interacção da luz, calor e matéria com os objectos normais. </para>
+
+<para
+>Felizmente, é possível construir um corpo negro quase perfeito. Crie uma caixa feita com um material condutor térmico, como por exemplo metal. A caixa deverá ser perfeitamente fechada em todos os lados, de modo que o interior forme uma cavidade que não receba luz da zona em redor. Depois, faça um pequeno furo num sítio qualquer da caixa. A luz que sair desse buraco irá relembrar a luz de um corpo negro ideal, para a temperatura do ar dentro da caixa. </para>
+
+<para
+>No início do século XX, os cientistas Lord Rayleigh e Max Planck (entre outros) estudaram a radiação dos corpos negros com um dispositivo do género. Depois de muito trabalho, Planck foi capaz de descrever empiricamente a intensidade de luz emitida por um corpo negro em função do comprimento de onda. Para além disso, foi capaz de descrever como esse espectro seria alterado à medida que a temperatura mudava. O trabalho de Planck sobre a radiação dos corpos negros é uma das áreas da física que levou à fundação da ciência maravilhosa que é a Mecânica Quântica, mas isso está infelizmente para além do âmbito deste artigo. </para>
+
+<para
+>O que Planck e os outros encontraram foi que, à medida que a temperatura de um corpo negro aumenta, a quantidade total de luz emitida por segundo aumenta e o comprimento de onda do pico do espectro muda para cores mais azuis (ver Figura 1). </para>
+
+<para>
+<mediaobject>
+<imageobject>
+<imagedata fileref="blackbody.png" format="PNG"/>
+</imageobject>
+<caption
+><para
+><phrase
+>Figura 1</phrase
+></para
+></caption>
+</mediaobject>
+</para>
+
+<para
+>Por exemplo, uma barra de ferro torna-se vermelha-alaranjada quando é aquecida a altas temperaturas e a sua cor vai mudando progressivamente para azul e para branco à medida que vai sendo ainda mais aquecida. </para>
+
+<para
+>Em 1893, o físico alemão Wilhelm Wien quantificou a relação entre a temperatura do corpo negro e o comprimento de onda do pico espectral com a seguinte equação: </para>
+
+<para>
+<mediaobject>
+<imageobject>
+<imagedata fileref="lambda_max.png" format="PNG"/>
+</imageobject>
+</mediaobject>
+</para>
+
+<para
+>em que T é a temperatura em Kelvin. A lei de Wien declara que o comprimento de onda da emissão máxima de um corpo negro é inversamente proporcional à sua temperatura. Isto faz sentido; a luz com comprimentos de onda mais curtos (com maior frequência) corresponde a fotões com maior energia, que é o que iria esperar de um objecto a uma temperatura mais elevada. </para>
+
+<para
+>Por exemplo, o Sol tem uma temperatura média de 5 800 K, por isso o comprimento de onda da emissão máxima é dado por: <mediaobject
+> <imageobject>
+<imagedata fileref="lambda_ex.png" format="PNG"/>
+</imageobject>
+</mediaobject>
+</para>
+
+<para
+>Este comprimento de onda cai na região do verde no espectro de luz visível, mas o Sol irradia continuamente fotões com comprimentos maiores e menores do que o lambda(máx) e os olhos humanos vêem a cor do sol como amarela/branca. </para>
+
+<para
+>Em 1879, o físico austríaco Stephan Josef Stefan mostrou que a luminosidade de um corpo negro, L, é proporcional à 4a potência da sua temperatura T. </para>
+
+<para>
+<mediaobject>
+<imageobject>
+<imagedata fileref="luminosity.png" format="PNG"/>
+</imageobject>
+</mediaobject>
+</para>
+
+<para
+>em que A é a área da superfície, o 'alfa' é uma constante de proporcionalidade e o T é a temperatura em Kelvin. Isto é, se duplicarmos a temperatura (p.ex. de 1000 K para 2000 K), então a energia total irradiada a partir de um corpo negro aumenta por um factor de 2^4 ou 16. </para>
+
+<para
+>Cinco anos depois, o físico austríaco Ludwig Boltzman derivou a mesma equação, agora conhecida como a lei de Stephan-Boltzman. Se assumirmos uma estrela esférica com raio R, então a luminosidade dessa estrela é </para>
+
+<para>
+<mediaobject>
+<imageobject>
+<imagedata fileref="luminosity_ex.png" format="PNG"/>
+</imageobject>
+</mediaobject>
+</para>
+
+<para
+>em que R é o raio da estrela em cm, e o alfa é a constante de Stephan-Boltzman, que tem o valor: <mediaobject
+> <imageobject>
+<imagedata fileref="alpha.png" format="PNG"/>
+</imageobject>
+</mediaobject>
+</para>
+
+</sect1>