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Este manual explica como instalar e usar o KNetworkConf, um módulo do KControl que activa a gestão de Interfaces de Rede, Encaminhamentos (Rotas) e propriedades do DNS.
Índice
Lista de Tabelas
O Centro de Controlo KDE oferece aos utilizadores uma interface integrada e única na qual se pode gerir uma grande variedade de opções de sistema e do ecrã. O Centro de Controlo KDE poderá ser iniciado se seleccionar a opção ->.
O pacote KNetworkConf foi desenvolvido para permitir aos utilizadores gerirem a configuração da rede TCP/IP da mesma forma que eles gerem outras opções do sistema no KControl. As tarefas activadas pelo KNetworkConf oferecem aos utilizadores uma interface simples onde poderão efectuar as seguintes tarefas:
Aplicar endereços IP em interfaces
Aplicar máscaras de rede às interfaces
Iniciar e parar as actividades da interface
Configurar os encaminhamentos ou rotas
Configurar o nome da máquina e do domínio
Configurar a resolução de nomes
Gerir as máquinas conhecidas
Logo que esteja instalado, irá aparecer um módulo novo chamado no grupo de módulos do Centro de Controlo KDE . Para iniciar o módulo Configuração da Rede (KNetworkConf), seleccione a opção +-> no menu .
É importante compreender que o KNetworkConf não consegue instalar o 'hardware' de rede. Dado que esses dispositivos físicos e os seus controladores deverão estar devidamente instalados e configurados, tal é necessário para que o KNetworkConf mostre o dispositivo e active a gestão das propriedades da rede.
Na maioria dos casos, os controladores do 'hardware' de rede e os outros dispositivos são instalados e configurados durante a instalação do Linux®. Se você adicionar outro 'hardware' de rede após a instalação, terá de definir os controladores a carregar, editando um dos seguintes ficheiros, dependendo da sua versão do 'kernel':
/etc/modules.conf
/etc/modprobe.conf
O módulo de Configuração da Rede é carregado quando a opção é seleccionada no índice do KControl. Quando for iniciado, o módulo de Configuração da Rede tenta detectar automaticamente a plataforma onde o sistema está a correr.
Quando a plataforma não for reconhecida, ser-lhe-á pedido para seleccionar manualmente a plataforma. Seleccione a plataforma na lista que mais se aproximar da sua distribuição e da sua versão. Assinale a opção para que esta opção fique permanente. Da próxima vez que a for iniciada, o sistema irá usar por omissão a plataforma seleccionada.
Para gerir a configuração da rede do sistema, terá de entrar no “modo de administrador”. Antes deste, todas as opções estarão “acinzentadas”, o que significa que você só poderá navegar na interface e ver as propriedades. A edição está desactivada. Para entrar no “modo de administrador”, carregue no botão de que se localiza na parte inferior esquerda do módulo. Introduza a sua senha quando for pedida.
Logo que esteja no “modo de administrador”, toda a funcionalidade do módulo fica activa. Esta funcionalidade está organizada em três páginas:
A página de é usada para gerir os dispositivos de comunicação da rede que estão instalados no sistema. Todos os dispositivos de rede disponíveis irão aparecer listados. Na página de , poderá efectuar as seguintes tarefas:
Para cada dispositivo de rede, poderão ser vistas as seguintes propriedades:
Mostra o nome das interfaces de rede. Por exemplo, eth0, eth1, wlan0.
Mostrar o endereço IP atribuído de momento.
Mostra o protocolo de arranque.
Mostra o estado actual (em cima ou em baixo).
Mostra o comentário (que pode ser definido à vontade).
As propriedades dos dispositivos de rede listados poderão ser configuradas se seleccionar o dispositivo desejado na lista, carregando depois no botão para para mostrar a janela para Configurar o Dispositivo.
Por omissão, só as opções básicas de TCP/IP estão disponíveis. Carregue no botão para expandir a janela, de modo a incluir as propriedades avançadas.
Para completar os valores, faça o seguinte:
Seleccione a opção exclusiva quando a configuração de TCP/IP é obtida a partir de um servidor de DHCP ou de BOOTP. No modo automático, a configuração de TCP/IP do sistema é configurada quando os serviços do sistema são iniciados. O servidor de DHCP ou BOOTP envia toda a informação de TCP/IP necessária de cada vez que o sistema é iniciado, pelo que não existe necessidade de configurar quaisquer outras opções. Use a lista em baixo para seleccionar o DHCP
ou o BOOTP
, de acordo com o seu sistema.
Seleccione a opção exclusiva quando não usar o DHCP ou o BOOTP para a configuração do TCP/IP. No campo do , indique o endereço de TCP/IP da máquina. No campo da , indique o endereço da sub-rede.
Quando for seleccionada esta opção, ela fará com que o sistema inicialize esta interface de rede, enquanto o sistema arranca. Se não quiser que o dispositivo arranque, deixe esta opção desligada.
Indique um nome descritivo.
Indique o “endereço de difusão” que é usado para comunicar com todas as máquinas da sub-rede.
Os valores introduzidos nesta janela serão mostrados como propriedades do dispositivo, na lista de dispositivos.
Garanta que o endereço IP introduzido não está já a ser usado na rede. Se indicar um endereço IP já usado, poderá criar um conflito de TCP/IP. Use o ping no Konsole para verificar se o endereço que deseja introduzir está em uso ou não (a partir de outro computador, se este ainda não estiver configurado convenientemente). Se não tiver a certeza de como completar esta janela, consulte o seu administrador de rede.
Os dispositivos de rede poderão ser activados ou desactivados, dependendo dos requisitos do sistema. Para activar um dispositivo desactivado, seleccione o dispositivo na lista e carregue em .
A página de activa a gestão da configuração dos encaminhamentos do sistema.
Isto define o endereço IP da máquina na sub-rede local, a qual oferece a ligação física às redes remotas, sendo usado por omissão quando o TCP/IP necessitar de comunicar com os computadores noutras sub-redes.
Seleccione um dispositivo na lista para editar o valor da .
Se o seu computador oferecer mais que uma interface de rede, seleccione a interface ligada à rede, na qual a 'gateway' reside.
A página do permite a gestão da configuração do DNS do sistema.
O nome pelo qual a máquina ficará conhecida na sub-rede.
O domínio da rede em que a máquina reside.
Uma lista de servidores de DNS, por ordem de preferência (veja em “Gerir os Servidores de DNS”).
Uma lista de máquinas conhecidas no sistema da sub-rede (veja em “Gerir as Máquinas Estáticas (Conhecidas)”).
Um computador que corra o DNS faz a correspondência de um nome completo num domínio com um dado endereço IP apropriado. Isto é necessário, dado que os computadores só compreendem os endereços IP. Quando um computador pedir o endereço 'http://www.um-dominio.com', o DNS resolve este nome para um endereço IP do tipo 123.45.678.90.
A parte dos Servidores de Nomes do Domínio no permite uma gestão simples da lista. Pode adicionar, remover e editar as propriedades do servidor. Os registos do DNS poderão ser organizados por ordem de preferência, se seleccionar um registo e promovê-lo ou despromovê-lo na lista como desejar, com os botões ou .
Procedimento 2.1. Adicionar um servidor de DNS
No grupo dos Servidores de Nomes do Domínio, carregue no botão . A janela para Adicionar um Novo Servidor de DNS será apresentada.
Indique o endereço IP do servidor de DNS, carregando depois em . O registo será adicionado à lista de DNS.
Procedimento 2.2. Editar o registo de um servidor de DNS
No grupo de Servidores de Nomes de Domínio, seleccione um registo de DNS, carregando depois no botão . A janela para Editar o Servidor é então apresentada.
Modifique o endereço IP e carregue depois em . O registo é então actualizado na lista de DNS.
A lista de descreve um conjunto de mapeamentos nome-endereço das máquinas para o sub-sistema do TCP/IP. É usado principalmente na altura do arranque, quando não existem servidores de nomes em execução. Nos sistemas com redes pequenas e fechadas, poderá ser usado inclusive em vez dos Servidores de Nomes dos Domínios.
Por omissão, a lista de Máquinas Estáticas contém alguns registos que descrevem o 'localhost' e uma quantidade de registos especiais para as máquinas que suportam o IPv6. Esta versão ainda experimental do IP está destinada a substituir a versão 4.
Procedimento 2.3. Adicionar Máquinas Estáticas
Carregue no botão . A janela para Adicionar uma Nova Máquina Estática será então apresentada.
Indique o endereço IP da máquina conhecida e carregue depois em . O Adicionar um Novo Nome Alternativo irá aparecer de seguida.
Indique o nome da máquina conhecida e depois carregue no botão . Se a máquina conhecida tiver vários nomes alternativos, carregue no botão de novo e indique outro nome alternativo.
Quando terminar, carregue em para actualizar a lista de Máquinas Estáticas.
Procedimento 2.4. Editar as Máquinas Estáticas
Seleccione um registo de uma máquina estática na lista e depois carregue no botão . A janela para Editar a Máquina Estática será então apresentada.
Efectue qualquer uma das seguintes tarefas, carregando depois em para actualizar a lista de Máquinas Estáticas.
Para mudar o endereço IP, indique um endereço IP novo e carregue depois em .
Para adicionar um novo nome alternativo, carregue no botão .
Para alterar o valor de um nome alternativo, seleccione o registo do nome alternativo e carregue depois em .
Para remover um nome alternativo, seleccione o item de um nome alternativo e carregue depois em .
As alterações feitas através do módulo de Configuração da Rede não são aplicadas automaticamente ao ambiente do sistema. Para aplicar as alterações feitas, inicie o Konsole e execute o seguinte comando.
/etc/init.d/networking restart
Você necessita do KDE 3.x e do QT 3.x instalados para executar o knetwork-conf.
O knetwork-conf pode ser usado com as seguintes plataformas:
Kubuntu™
Conectiva
Debian
Fedora Core
FreeBSD
Gentoo
Mandrake™
PLD
OpenNA
Red Hat®
SuSE®
A página pessoal do knetwork-conf está em http://knetworkconf.sourceforge.net, na qual poderá, pelo menos, obter os pacotes com código-fonte.
Ao usar as distribuições binárias (na sua maioria, os pacotes RPM), basta ter os binários do KDE e do QT instalados.
A instalação dos binários é recomendada para os utilizadores menos experientes; basta obter os pacotes RPM. De seguida, instale-os numa Konsole com o RPM, da seguinte forma:
rpm -i knetwork-conf-número-versão.rpm
Em alternativa, use uma interface gráfica, como o kpackage, ou a ferramenta de instalação da sua distribuição.
Neste caso, não é suficiente ter os binários do QT e do KDE instalados; terá também de ter os pacotes de desenvolvimento, os quais incluem as bibliotecas e outros artefactos necessários.
É recomendado apenas para os utilizadores avançados. Caso contrário, a compilação do KNetworkConf não é complicada. Os seguintes comandos deverão ser suficientes.
./configure --prefix=$(kde-config --prefix) make make install
O comando make install deverá ser executado como 'root'.
Deverá ser suficiente. No caso de ter alguns problemas, por favor comunique-nos.
Na primeira secção deste capítulo, irá encontrar algumas informações valiosas sobre os conceitos básicos de redes. Na segunda, todos os ficheiros de configuração no seu disco, que poderão ser alterados pelo KNetworkConf, serão o alvo da discussão.
Esta secção não poderá ser um substituto de outras leituras sobre Redes-IP. Neste apêndice, só irá encontrar as informações básicas para o introduzir à integração da sua máquina numa rede pequena (doméstica).
De momento, as redes IP são elaboradas com a versão 4 do TCP/IP (IPv4). O IPv5 nunca foi muito usado. O IPv6 pretende ser difundido num futuro próximo. Como tal, este manual baseia-se no IPv4, que se encontra mais espalhado.
Uma das informações mais importantes para configurar uma interface é o endereço IP, o qual terá de atribuir à interface. Nas redes exteriores, isto é o seu escritório, terá de pedir ao administrador de redes para lhe indicar um endereço IP válido, ou então poderá usar o DHCP se estiver disponível. Em qualquer um dos casos, não poderá escolher um endereço IP qualquer!
Se quiser configurar uma pequena rede (doméstica) própria, deverá usar os endereços IP de um intervalo que esteja especialmente reservado para esse fim, de modo a evitar conflitos de endereços IP com a rede global (a Internet). Os endereços da tabela mostrada em baixo não são encaminhados para a Internet, por isso são seguros para ser usados como os desejar.
Claro que estas máquinas poderão ser depois configuradas para aceder à Internet, usando para tal uma máquina que sirva de 'gateway'.
Poderá usar à vontade os seguintes endereços:
Tabela 5.1. Endereços IP das redes privadas
Classe | Intervalo |
---|---|
A | 10.0.0.0 a 10.255.255.255 |
B | 172.16.0.0 a 172.31.0.0 |
C | 192.168.0.0 a 192.168.255.0 |
Para as redes mais pequenas, os endereços mais usados são os que se encontram no intervalo de 192.168.1.1 a 192.168.1.254. Isto é suficiente para as redes que tenham até 250 computadores.
Para além disso, a máscara de rede é normalmente configurada como 255.255.255.0, para que todas estas máquinas sejam membros da mesma sub-rede.
Alguns endereços estão reservados para coisas especiais, isto é 0.0.0.0 e o 127.0.0.1. O primeiro é denominado normalmente por 'rota por omissão', sendo o segundo o dispositivo de nó local ('loopback'). A rota por omissão é necessária para o encaminhamento do IP.
A rede 127.0.0.1 está reservada para o tráfego IP que funcione apenas na rede local. Normalmente, o endereço 127.0.0.1 está atribuído a um dispositivo especial, vulgarmente conhecido por interface local ('loopback'), o qual funciona como se estivesse num círculo fechado.
Uma 'gateway' por omissão é um computador que liga duas redes diferentes. Se você tiver configurado uma pequena rede sua, o mais provável que você deseje é ter todas (ou algumas delas) as máquinas com acesso garantido à Internet. Só que isso não é possível directamente, dado que essas máquinas usam endereços IP privados e locais, os quais não são encaminhados na Internet. A solução é um computador que traduza entre as duas redes diferentes. Este computador usa pelo menos duas interface. Uma delas, talvez uma placa Ethernet, aponta para a rede local, enquanto a outra, por exemplo uma placa RDIS, aponta para a Internet. Neste caso, ambas as interfaces usam endereços IP diferentes. Este computador usa uma técnica denominada por tradução de endereços de rede (NAT, também conhecida por encaminhamento de IP). Para activar numa máquina local o acesso à Internet, basta dizer a ela que a 'gateway' por omissão corresponde ao endereço IP local da máquina que desempenhará essa função.
Nesta secção, irá descobrir os ficheiros de configuração que são manipulados pelo KNetworkConf e onde eles residem no sistema de ficheiros das várias distribuições.
Neste ficheiro, é guardada a lista dos servidores de nomes.
Tabela 5.2. Onde encontrar o 'resolv.conf'
Plataforma | Número de versão | Localização |
---|---|---|
Conectiva | 9.2 | /etc/resolv.conf |
Debian | 3.0 | /etc/resolv.conf |
Fedora Core | 1 | /etc/resolv.conf |
FreeBSD | 5 | /etc/resolv.conf |
Gentoo | 2005.0 | /etc/resolv.conf |
Mandrake™ | 9.2 | /etc/resolv.conf |
PLD | 2.0 | /etc/resolv.conf |
OpenNA | 1.0 | /etc/resolv.conf |
Red Hat® | 9.0 | /etc/resolv.conf |
SuSE® | 9.0 | /etc/resolv.conf |
Este ficheiro é, algumas vezes, alterado dinamicamente pelas ligações DSL, por isso não se admire se o ficheiro não contiver o que você tiver posto lá, quando estiver estabelecida uma ligação de DSL.
Neste ficheiro, encontra-se a lista de máquinas conhecidas.
Tabela 5.3. Onde encontrar o ficheiro 'hosts'
Distribuição | Número da versão | Localização |
---|---|---|
Conectiva | 9.0 | /etc/hosts |
Debian | 3.0 | /etc/hosts |
Fedora Core | 1 | /etc/hosts |
FreeBSD | 5 | /etc/hosts |
Gentoo | /etc/hosts | |
Mandrake™ | 9.2 | /etc/hosts |
PLD | 2.0 | /etc/hosts |
OpenNA | 1 | /etc/hosts |
Red Hat® | 9.0 | /etc/hosts |
SuSE® | 9.0 | /etc/hosts |
Na SuSE®, sabe-se que este ficheiro é normalmente reordenado pelo programa SuSEconfig. Por isso, não se admire se o encontrar num estado diferente do esperado.
Obrigado a todos os que trabalharam no KNetworkConf:
Programadores
Juan Luis Baptiste (juan.baptiste AT kdemail.net)
David Sansome (me AT davidsansome.com)
Carlos Garnacho (garnacho AT tuxerver.net)
Simon Edwards (simon AT simonzone.com)
Pedro Jurado Maquedo (pjmelenas AT biwemail.com)
Florian Fernandez (florian.fernandez2 AT wanadoo.fr)
Unai Garro (Unai.Garro AT ee.ed.ac.uk)
Christoph Eckert (mchristoph.eckert AT t-online.de)
Jaime Torres (jtorres AT telecorp.net)
Todos os outros que me esqueci de colocar aqui - vocês sabem quem são (voces AT xpto.tld)
Autores
Christoph Eckert: (mchristoph.eckert AT t-online.de)
Sean Wheller: (sean AT inwords.co.za)
O 'copyright' do KNetworkConf, pelo menos para os anos de 2003 e 2004, pertence a Juan Luis Baptiste: ((juan.baptiste AT kdemail.net)
).
Tradução de José Nuno Pires (jncp AT netcabo.pt)
A documentação está licenciada ao abrigo da GNU Free Documentation License.
Este programa está licenciado ao abrigo da GNU General Public License.
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